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Envelhecer Não

É Um Fardo

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Esta é uma história fotográfica diferente, cheia de amor e de carinho que tenho pelo meu bisavô Joaquim, mais conhecido por "Cenoura".

Juntos e através da fotografia contamos uma história, com viagem marcada ao passado e paragem no presente.

Presente esse que apesar de ter sofrido várias mudanças, nunca foi razão para parar e render-se ao conceito da sociedade de “velhice”.

Ser velho não é um fardo.

É tempo de estarmos com os nossos velhotes, e dar-lhes o devido valor, pois muito do que temos, se deve a eles. A herança das gerações.

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Joaquim Marques (mais conhecido por Cenoura) é o membro mais velho da família.

Alguém que teve uma vida muito diferente da nossa e que à sua maneira nos mostra o verdadeiro lado bom da vida.

De uma vida atarefada onde trabalhava muitas horas por dia, criar os seus 4 filhos em conjunto com a falecida mulher, passou à rotina das tardes calmas passadas no jardim ou em casa a ver “O Preço Certo”.

Um estilo de vida ao qual Cenoura não se queixa e explicou-me porquê: “Oh filha! Ser velhote não é chato, quando era jovem vivi muito, agora está na hora de descansar”.

Para alguns de nós envelhecer pode ser um futuro distante, para outros, pode ser uma realidade quotidiana.

Nos dias de hoje, somos marcados por uma sociedade com pouca empatia para com a população mais idosa. No entanto, precisamos de nos lembrar, que também estamos a envelhecer.

Os nossos velhotes precisam de mais carinho, companhia, de não se e sentirem excluídos e esquecidos.

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Apesar das mudanças, há sempre outras que ficam, como o orar todas as manhãs e noites, o beijinho de boa noite à fotografia da falecida mulher e o beijinho de bom dia à dos bisnetos, mesmo estes não estando sempre por perto.

Sempre apreciei o seu sentido de humor e positivismo. Para poder fazer este projeto achei que fazia todo o sentido conhecer melhor o bisa e recordar a sua vida.

A primeira sessão foi feita no seu quarto e entre conversas, reforçou-me tranquilamente que ser velho não é um fardo para ele. Ri-me quando lhe perguntei qual era a melhor parte de ser velho e ele respondeu “A melhor parte vai ser quando chegar aos 100”.

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O meu desejo era que passasse-mos mais tempo com eles, pois nada nesta vida é garantido, apesar de nós nos tentarmos convencer do contrário. Até eu que me considero muito próxima dos membros mais velhos da minha família e que convivo com eles com frequência, me apercebi de que só depois deste projeto é que conheci o bisavô Joaquim melhor e lhe dou ainda mais valor.

É mesmo importante lembrarmo-nos que são pessoas vividas, com histórias únicas, repletas de aventuras, conquistas e também perdas , que nos irão enriquecer. São portadores de vivências em tempos diferentes e com os quais podemos aprender.

Que esta aventura sirva de inspiração a todos nós!

Que nos sentemos com os nossos velhotes e ouçamos as histórias das vidas que levaram, tanto se pode aprender e partilhar.

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A velhice faz-nos mais rugas na cara, do que no espírito. Prova disso é o bisavô Joaquim.

Graças a ele lembrar-me-ei sempre que um sorriso na cara é a melhor forma de levar a vida.

Obrigada Cenoura , sou grata por te ter.

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